Drumming & Jorge Peixinho

 O Golpe, “Morrer em Santiago” é uma peça para grupo de percussão do compositor Jorge Peixinho.

Escrita em 1973, foi uma encomenda da Câmara Municipal de Lisboa e, ao que consta, parece que já estava a ser composta quando ocorreu o Golpe de Estado de 11 de Setembro no Chile. Perante este acontecimento, Peixinho transforma esta encomenda num apelo de fúria e tristeza: “Elegia à liberdade perdida” ou “Tombeau de Pablo Neruda” são algumas das secções desta peça. Foi estreada no Teatro São Luiz de Lisboa com o título “Morrer em …”.  

Claro, Portugal ainda estava sob o domínio do “Estado Novo”, com o título completo teria sido impossível apresentá-la nessa altura.

A partir daí, uma aura de mistério e esquecimento pairou sobre este trabalho; a partitura ficou empilhada e esquecida num armário da casa do compositor, mas, por algum motivo, uma cópia (ou o próprio manuscrito) acabou na biblioteca do Conservatório de Música de Lisboa onde Peixinho lecionou. 

Depois de quase 50 anos, um dos seus alunos, o também compositor Eduardo Patriarca, me informa da existência de um extenso trabalho para grupo de percussão do seu mestre. Isto fez-nos retomar a tarefa de resgate. 

“Morrer em Santiago” é uma obra de meia hora para 6 percussionistas e um maestro (que ocasionalmente se transforma em intérprete) e um intérprete de flauta doce. Inclui instrumentos inusitados no ensemble de percussão como a dita flauta doce, a melódica e o cromorne (instrumento de palheta medieval), que servem de extensão sonora ao grande arsenal percussivo utilizado.

Para relembrar 50 anos passados do que é talvez o golpe de estado mais conhecido e impactante do século passado, o Drumming-GP contactou e lançou o desafio a três compositores chilenos Cristian Morales Ossio, David Nunes e Alejandro Guarello para que escrevessem cada um uma peça nova (tendo em conta a peça do Jorge Peixinho no instrumental e intérpretes) que de alguma maneira “corporifica” a suas visão pessoal sobre o acontecimento daquele 11 de Setembro de 73. Através da poesia, vídeo e mini-requiem em elegía, narrativas de experiência pessoal ou raiva que, sem dúvida farão vivenciar este espectáculo: O GOLPE.

Programa

Morrer em Santiago , Jorge Peixinho, 1973

  • Prelúdio
  • Tropo
  • Espiral
  • Interlúdio I
  • Elegia a libertad perdida
  • Tombeau
  • Interlúdio II
  • Septiembre de Santiago
  • Ode
  • Interlúdio III
  • Tombeau de Pablo Neruda
  • Posludio

Dirdira (2023), Guillermo Lauzurica, 2023

Comentario a una frase inconclusa de Jorge Peña Hen, David Núñez, 2023

Elegía-Memorial, Cristian Morales Ossio, 2023

Intérpretes: 8 músicos.

Duração: 70 minutos aprox

Créditos

Autor: Jorge Peixinho, Guillermo Lauzurica, David Núñez, Cristian Morales Ossio

Direção artística: Miquel Bernat

Percussão: Miquel Bernat, Saulo Giovannini, Pedro Oliveira, Jorge Pereira, Marcial Pino, Sebastian Nahuelcoy, Paula Muño

Flauta doce e Flauta Paetzold: Paola Muñoz

Eletrónica: Cristian Morales Ossio

Vídeo: Violeta Morales e Cristobal Parra

Som: Suse Ribeiro

Luz: Emmanuel Pereira

Multimédia

Foto

Vídeo

Agenda

Histórico

20/09/23, O COLPE, O COLPE, Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, Santiago (CL)

15/09/23, O COLPE, O COLPE, UACH-Escuela de Artes Musicales y Sonoras, Casa Prochelle 1 de Valdivia, Valdivia (CL)

13/09/23, O COLPE, O COLPE, Parque Cultural de Valparaíso, Valparaíso (CL)

11 -12/09/23, O COLPE O COLPE, UACH-Escuela de Artes Musicales y Sonoras, Casa Prochelle 1 de Valdivia, Valdivia (CL)

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